Entrevista com o Rev. Josias Honório de Farias do campo de Oeiras – PI

Revista Ação Missionária: Aonde está?

A cidade de Oeiras – PI é uma das mais antigas do estado do Piauí – conhecida como a primeira capital. Como município da Microrregião de Picos, no estado do Piauí, possui uma população estimada de 36.082 hab. Uma cidade, que apesar de situar-se no nordeste, possui uma quantidade muito considerável de árvores nas ruas, amenizando assim, o clima que é, na maior parte do tempo, muito quente. A julgar por sua fama – “A capital da fé” – poderíamos esperar que tivéssemos aqui uma forte resistência da igreja católica, contra o evangelho, mas, no geral, não é isso que vemos. Certamente que não temos pessoas sedentas por Cristo, mas elas são bastante acessíveis.

Uma grande parte da população é constituída de pessoas negras, muitas, das quais são pobres, vivendo em situações precárias e difíceis. Os problemas com o álcool, a prostituição, e outros tipos de drogas, são facilmente perceptíveis entre as pessoas mais pobres, basta verificar o número de bares na cidade. O resultado disso tudo, são jovens viciados, famílias desestruturadas, aumentando, assim, o grande número de pessoas desempregadas, lares desfeitos, crianças, jovens, adolescentes e adultos sem nenhuma perspectiva de vida. Há um número bastante expressivo de pessoas que são comerciantes fazendo a economia da cidade se manter. Outras vivem de suas fazendas, com criações de gados. Há uma igreja Batista, uma Assembleia de Deus, e outras igrejas neopentecostais livres, sem estarem ligadas necessariamente a uma denominação. Temos uma loja maçônica muito forte. Testemunha de Jeová, Adventista do Sétimo dia, Congregação Cristã no Brasil, Deus é Amor, Universal do reino de Deus, Mundial do poder de Deus e internacional da Graça de Deus. Todas bem visitadas pelas pessoas da cidade e da região.

Revista Ação Missionária: Já teve experiência em outro campo da JMN?

Esse é o primeiro campo que tenho trabalhado com a Junta de Missões Nacionais da IPB. Trabalhamos com a Missão Novas Tribos do Brasil, no litoral da Bahia, Tribo Pataxó, mas tínhamos um desejo de trabalharmos plantando igrejas no sertão. Após alguns anos como Missionário, na cidade de Bodocó, no sertão do Araripe, em Pernambuco, onde trabalhamos por oito anos, fomos trabalhar como pastor auxiliar na 1ª I. P. de Paulo Afonso-BA, tivemos o contato com o CTM, por meio de alguns irmãos da igreja, então procuramos fazer este curso, pois tínhamos o desejo de trabalhar na plantação de igrejas pela JMN-IPB. E aqui estamos, novos desafios, longo caminho a percorrer pela frente, contando com a graça de Deus em nossas vidas.

Revista Ação Missionária: Como foi a adaptação da família em seu campo missionário?

As coisas não são tão simples como pensamos. Muitas vezes achamos que somos totalmente capazes de superar quaisquer obstáculos que surgem em nossas vidas, como se fossemos invencíveis. Quando nos deparamos com a realidade percebemos que precisaríamos aprender um pouco mais ou deveríamos ser um pouco mais maduros, para enfrentar tais desafios. Foi isso o que aconteceu conosco. Tivemos uma adaptação muito difícil. Foram momentos muito desafiadores em nosso ministério. Tanto por parte da Igreja, quanto por nossa parte. Nossos filhos sentiram bastante a diferença de uma igreja grande, onde havia muitos jovens e adolescentes, para um campo missionário, onde nós deveríamos evangelizar, para que Deus transformasse vidas.

Revista Ação Missionária: Quais os pontos fortes do campo?

Quanto aos pontos fortes do trabalho, podemos dizer que o sentimento de comunidade e o desejo de aprender dos membros é o que muito nos anima. Contamos com um grupo pequeno de jovens e adolescentes que estão constantemente conosco nos trabalhos da igreja. Ainda não podemos contar com uma diversidade de irmãos preparados para realizar outros trabalhos, mas estamos preparando-os.

Revista Ação Missionária: Quais os desafios para este ano?

Pretendemos aumentar e melhorar o trabalho que temos realizado na Classe de Boas Novas, aumentando o número de crianças participantes e a interação com suas famílias, para isso estaremos realizando um “Chá das Boas Novas”. Pretendemos começar um trabalho em alguma escola municipal, onde ofereceremos um acompanhamento espiritual às crianças. Temos o desafio de trabalhar com os casais e famílias da igreja, onde por meio de um “jantar romântico”. Pretendemos desenvolver o Projeto “Exploradores da Bíblia” com os adolescentes. Além disso, desejamos manter um sistema de evangelismo de casa em casa, e por meio de cultos nos lares.

 

Rev. Josias Honorio de Farias
Campo de Oeiras – PI