Tem pessoas, pastores até, que não gostam de falar em dinheiro ou mesmo em dízimo, como se fosse algo abominável diante do Senhor. Creio que tal pensamento decorre de uma compreensão equivocada sobre dízimo e até mesmo sobre dinheiro. A Bíblia tem 117 referências diretas ao dinheiro, nos mais diversos contextos e 38 referências ao dízimo, o que demonstra a preocupação de Deus com um assunto tão especial, porque então nós deveríamos tratar tal assunto como se não tivesse importância para a Igreja do Senhor, se o próprio Deus não deixou que passasse em branco?
O segundo fato pelo qual alguns pastores e crentes não abordam o assunto em suas igrejas decorre do desconhecimento do que é feito com o dinheiro, ou seja, simplesmente não sabem em que projetos e necessidades a IPB aplica seus recursos e então, por via das dúvidas, não fala ou ensina à igreja a ser dizimista, quando não chega a fazer “campanha contra”, tudo por falta de conhecimento e compreensão correta sobre um tema tão abençoador na vida de quem entrega e da Igreja que recebe.
A questão se o dízimo é neotestamentários ou não, creio ser uma discussão superada, não apenas pela própria admissão e ensino do Senhor Jesus, conforme o registro de Mt. 23,23, mais também pela própria aceitação da Igreja Primitiva quanto ao assunto. O Dízimo sempre foi aceito pela Igreja nascente sem que fosse objeto de contestação. O argumento de que dízimo era uma ordenança do Velho Testamento e que Cristo cumpriu toda a Lei (civil, moral e cerimonial), contudo, existem princípios morais que permanecem em vigor como sendo a trilha de santificação, pela qual o servo de Deus deve andar, pois são ordenanças divinas as quais não podemos simplesmente “esquecer”.
Merece breve comentário a posição do Apóstolo Paulo, conforme o registro de 2ª Co. 9, 1-15 que tem gerado confusão em muitos. Paulo na verdade não fala de dízimo, mas sim de uma oferta voluntária à Igreja de Jerusalém. Querer deixar na forma do versículo 7 ao livre arbítrio o valor ou percentual do dízimo é atropelar o texto e seu contexto.
Por fim, é preciso esclarecer de que forma a IPB aplica os seus recursos, entretanto, primeiro é preciso reconhecer a legitimidade do dízimo para o Supremo Concílio, pelo menos 3 argumentos podem ser invocados. O primeiro, por ser constitucional, conforme Art. 88, letra “j” da CI-IPB, cabendo ao Concílio inferior, no caso o Presbitério, zelar e cuidar que as igrejas jurisdicionadas façam suas remessas mensalmente. O segundo argumento, decorrente deste, é quanto ao regime de governo adotado pela IPB. Somos uma federação de igrejas, regidas por leis comuns e no princípio federativo é regra que haja uma centralização de recursos e decisões em prol do bem maior a que todas as igrejas aderiram quando de sua formação e constituição jurídica, assim como aceitamos e nos submetemos às decisões emanadas do Supremo Concílio, somos todos responsáveis pelo sustento da denominação. O terceiro e decisivo argumento é que a IPB é uma Igreja fiel à Palavra de Deus e que precisa cumprir os propósitos que precisa cumprir os propósitos que Deus designou para esta Igreja. A Igreja (IPB) cumpre o seu papel quando aplica 54% de sua receita de dízimos nos projetos missionários, de plantação e revitalização de Igrejas através dos seus órgãos missionários.
Em valores nominais a IPB projetou para este ano de 2017 a importância de R$ 19.170.000,00 (dezenove milhões, cento e setenta mil reais) para fins de execução pelos órgãos missionários, reservando para a JMN o quinhão de R$ 8.100.098,14 e o saldo dividido proporcionalmente aos projetos dos demais órgãos, a saber: Plano Missionário Cooperativo – PMC, Agência Presbiteriana de Missões Transculturais – APMT e Agência Presbiteriana de Comunicações e Missões – APECOM.
Além de sua missão primária, a IPB possui singular preocupação com outras áreas de atuação, assim, reserva 18% para o ensino teológico, 8% do orçamento para investimentos em patrimônio das igrejas locais, para fins de novas aquisições, reformas e ampliações de templos, casas pastorais e congregações de igreja. A ação social é contemplada com 5% do orçamento, o que tem mitigado de forma pontual a vida de ministros, irmãos e auxílio a Igrejas no enfrentamento de problemas locais ou quando vítimas de eventos naturais. Veja no gráfico quais outros setores a IPB aplica os seus recursos. Quando um crente é fiel na entrega do seu dízimo e por sua vez a Igreja compreende a sua responsabilidade para com a IPB o nome de Jesus é glorificado e as fronteiras do Seu Reino são alargadas.
Presb. José Alfredo Marques de Almeida
-Tesoureiro do Supremo Concílio da IPB
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