A Reforma Protestante do século 16 foi um avivamento teológico, espiritual e missionário. Na perspectiva missionária, gerou um enorme e prolongado impacto, sobretudo em três áreas:
Despertou a Igreja para a tradução, leitura e distribuição da Palavra em toda a terra. Antes da Reforma Protestante a Bíblia estava disponível em menos de 10 línguas. Hoje, encontra-se traduzida e distribuída, total ou parcialmente, em 2.500 idiomas em todo o mundo. Apenas na cidade de Genebra,sob orientação do reformador João Calvino, havia 38 oficinas tipográficas para a reprodução da Bíblia e panfletos apologéticos em meados do século 16, envolvendo mais de 2.000 pessoas no trabalho de impressão e distribuição de material bíblico nos países vizinhos, sob risco de encarceramento ou morte.
“porque é nossa obrigação proclamar a bondade de Deus para todas as nações…a obra não pode ser escondida em um canto, mas proclamada em todos os lugares”
Promoveu a pregação intencional do Evangelho e plantio de igrejas. Entre 1553 e 1562 a Igreja Reformada de Genebra enviou para a França centenas de missionários e, como resultado da pública pregação do Evangelho, foram organizadas cerca de 2.000 igrejas e 2.000 escolas confessionais com cerca de 3 milhões de convertidos em um país, na época, com 20 milhões de habitantes. Apenas no ano de 1561 foram enviados 142 missionários de Genebra para a França. Se comparássemos, de forma proporcional, a Genebra do século 16, com 20.000 habitantes, e o Brasil de 2017, com mais de20 milhões de evangélicos, precisaríamos enviar 142.000 missionários por ano para nos equipararmos com o movimento missionário reformado daquela época.
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“… embora Deus seja capaz de realizar a obra secreta de seu Santo Espírito sem qualquer meios ou assistência, ele também ordenou a pregação externa (pública), para ser usada como um meio. Mas para torná-la um meio efetivo e frutífero, ele escreve com seu próprio dedo em nossos corações aquelas palavras que ele fala em nossos ouvidos pela boca de um ser humano”.
Ensinou que a pregação do Evangelho deve ser realizadapor toda a igreja, em todo o mundo, em todas as gerações. Em seu comentário sobre Isaías 12:5, Calvino escreve: “porque é nossa obrigação proclamar a bondade de Deus para todas as nações… a obra não pode ser escondida em um canto, mas proclamada em todos os lugares”. Comentando Mateus 28:19 ele também enfatiza: “o Senhor ordena que os ministros do Evangelho vão para longe, com o objetivo de anunciara doutrina da salvação em todas as partes do mundo”. E, de forma espetacular, em seu livro A Escravidão e Liberação da Vontade, João Calvino, relacionando asoberania de Deus com a evangelização, explica: “… embora Deus seja capaz de realizar a obra secreta de seu Santo Espírito sem qualquer meios ou assistência, ele também ordenou a pregação externa (pública), para ser usada como um meio. Mas para torná-la um meio efetivo e frutífero, ele escreve com seu próprio dedo em nossos corações aquelas palavras que ele fala em nossos ouvidos pela boca de um ser humano”. Que a Igreja evangélica, herdeira da verdade bíblica resgatada na Reforma Protestante do século 16, levante-se para glorificar o nome de Deus indo para as ruas, condomínios, cidades, desertos, matas e ilhas, a fim de proclamar a Sua salvação para aqueles (mais de 4.000 povos e 1.800 línguas…) que ainda nada ouviram de Cristo.
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