I Timóteo 4.16

Na versão NTLH assim lemos: “Cuide de você mesmo e tenha cuidado com o que ensina.” Nesta oportunidade vamos considerar o desafio da primeira parte do versículo: “cuide de você mesmo”. A maneira de viver do pregador autêntica ou contradiz o que ele afirma em seus sermões e estudos bíblicos. Por isso ele precisa cuidar bem de si mesmo em todos os aspectos de sua vida e seus relacionamentos.

I – Cuidado com sua vida pessoal

Isso implica em cuidar de sua saúde física, emocional e espiritual, observar seu descanso semanal, cumprir seus compromissos com a família e a Igreja, administrar sabiamente o seu tempo.

Nos versículos anteriores do texto indicado, Paulo exorta também a Timóteo: “exercita-te, pessoalmente, na piedade… torna-te padrão dos fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza.” (I Tm. 4.7 e 12). Para Tito, o Apóstolo lembra da imensa responsabilidade do bispo, afirmando: “é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus…” (Tt. 1.7).

O cuidado para consigo mesmo era considerado tão importante por Paulo, a ponto de ele se comparar a um lutador: “assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.” (I Co 9. 26 -27).

Todavia esse cuidado pessoal não tem uma finalidade em si mesmo. Ele é usado pelo Espírito Santo para ajudar o pregador a ter melhores condições para o cumprimento do seu ministério com fidelidade e alegria. O envolvimento intenso em todas as atividades pastorais não deve ser a razão do descuido da vida pessoal.

 

II – Cuidado com seu relacionamento conjugal

A Palavra de Deus afirma que ao instituir o matrimônio, o Senhor declarou que o “homem se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. (Gn 2. 24). Esse princípio é universal, mas o pastor deve considerá-lo com muita atenção.

É dever pastoral ensinar à Igreja que o marido precisa amar sua esposa “como também Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela… quem ama a sua mulher a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a Igreja” (Ef. 5. 25- 29). Vivendo essa verdade, o pregador se sente à vontade para proclamá-la!

Tem cuidado de ti mesmo no relacionamento com a esposa. As dificuldades devem ser encaradas e resolvidas com a orientação do Espírito Santo. O diabo procura aproveitar os momentos de contradições e conflitos para fazê-los crescer mais e mais, apresentando-os, finalmente, como obstáculos insuperáveis.

O Apóstolo Pedro em sua primeira carta (3.1-6) faz oportuna exortação às esposas. Mas na conclusão (3.7) mostra os deveres do esposo: “maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações”.

Alguém disse que a “família é um festival de pele; o coração está na pele, por isso é preciso o carinho, a aproximação, o beijo.”

 

III- Cuidado com o relacionamento com seus filhos.

“Os filhos são herança do Senhor”, diz o Salmista no (Sl. 127.3). É normal um cuidado específico para com os objetos materiais recebidos como lembranças de familiares, de amigos, de autoridades! O que dizer sobre o cuidado com a vida dos filhos que são entregues aos pais como herança do Senhor?

O relacionamento com os filhos nem sempre é fácil. São problemas de ambos os lados, dos filhos e dos pais. Nesta oportunidade, apenas os lados dos pais-pastores são considerados.

Cuidar desse relacionamento é dever dos pais. Algumas dificuldades que impedem uma maior aproximação com os filhos podem ser mencionadas, tais como:  atividades intensas impossibilitando maior tempo de convívio familiar, falta de diálogo espontâneo, constante e oportuno; contradição no modo de ser na Igreja e no lar, fato observado e sentido pelos filhos.

Mas, louvado seja Deus pelo êxito de muitos pais-pastores nesse relacionamento. Eles têm descoberto a bênção de orar com seus filhos, compartilhar a Palavra com eles, ser seu conselheiro, amigo e companheiro; são carinhosos, comprometidos com o bem estar dos mesmos, vivendo de forma presente em suas vidas.

Que Deus o ajude meu irmão, pastor e companheiro de ideal no Reino de Jesus Cristo, fazendo de você sempre um vencedor.

 

Rev. Carlos Aranha

Apoio Missionário